quarta-feira, 20 de abril de 2016

O direito ao cansaço

Não somos infelizes; estamos cansadas (Imagem: Google)
Somos mães. De uma criança ou mais. Com necessidades especiais ou não. Somos mulheres simples ou sofisticadas. Trabalhamos dentro e fora de casa. Servimos de alicerce para a família - e nos dirão que somos frágeis. Há fragilidade em nós, sim, em meio às mais extremas contradições: talvez sejamos frágeis como uma rocha. 

Não pensem que somos incríveis; nossos super poderes são apenas um: o amor. É ele que nos move todos os dias para além da exaustão, da angústia velada, do choro ao travesseiro, da vontade de sumir do mapa. Temos todos os defeitos do mundo e todas as qualidades também. Pelos nossos filhos fazemos tudo o que está ao nosso alcance e arriscamos no que parece estar ao alcance de ninguém. Não queremos um troféu por isso! Queremos existir. 

Quase nunca nos será dado o direito ao descanso. Mãe não descansa nem quando morre. Haverá, em qualquer tempo, um filho lhe clamando em oração. Mas uma coisa pediríamos, se nos fosse dada a palavra: respeitem nosso direito ao cansaço. É o mínimo que poderíamos ter: direito de estarmos cansadas. Não seremos sempre engraçadas e, quem sabe, jamais deixaremos de ter olheiras. Estamos cansadas de muitas coisas, portanto, não nos sobra tempo para sentar e fazer uma lista.

Então, é só isso: respeitem uma mãe cansada! Se possível, demonstrem seu carinho através da não-crítica. Não é depressão, não é desamor ou desapego. É cansaço. Da coisas do dia a dia e de ainda ter que carregar para tudo quanto é lado essa armadura fajuta (e pesada) de super heroína. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário